Projeto com detentos do RJ reduz reincidência de crimes contra mulheres
17/12/2025
(Foto: Reprodução) Projeto com detentos do RJ reduz reincidência de crimes contra mulheres
Desde o início do ano, um projeto dentro de um presídio de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, aposta na reeducação de homens para evitar que eles voltem a agredir mulheres.
Ao todo, 1.791 homens estão encarcerados no Presídio Juíza Patrícia Acioli — 40% por crimes contra a mulher. O local promove encontros reflexivos. São oito reuniões, e a participação do detento é voluntária.
Profissionais do Instituto Mapear, que trabalha pela equidade de gênero, abordam temas como autorresponsabilidade, tipos de violência, estratégias para lidar com as emoções e ressocialização. O objetivo é mostrar que existem caminhos possíveis que não passam pela violência.
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Em uma abordagem pouco comum dentro de um presídio, os internos são recebidos com escuta ativa e sem julgamentos. Eles se sentem à vontade para falar — muitas vezes demonstrando remorso.
"Hoje eu tô aqui e eu vejo que eu mesmo errei. Eu troquei a minha familia, a minha felicidade, pelo álcool", diz um detento.
Eles participam de conversas sobre machismo e desenvolvem uma consciência crítica a respeito do tema.
Outro custodiado diz que as mulheres têm seus direitos, e que os homens não têm qualquer direito sobre elas.
"A gente tem que botar na nossa consciência que a gente não é prorietário delas."
Entre os detentos do presídio, o crime mais frequente é lesão corporal, com 60% dos casos, seguido de ameaça (23%) e quebra de medida protetiva (5%).
Projeto aposta na reeducação de detentos
Reprodução/TV Globo
Redução da reincidência
Depois de 1 ano de projeto, os primeiros resultados apareceram: 1.280 homens participaram dos grupos de janeiro a novembro de 2025. Desse total, 269 já deixaram o presídio e foram monitorados.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), apenas 2,3% retornaram ao sistema prisional por novos crimes contra a mulher.
O índice de reincidência entre os detentos que não participam da reeducação é de 16,9%, ou seja, sete vezes maior.
"A gente tem um recorte de como esse preso entra e como ele sai, como ele muda a visão dele de que ele contribuiu para esse tipo de crime" disse a secretária estadual da Mulher, Heloísa Aguiar.
"A gente tem um grupo transformado, transformado para melhor, transformado em relação a não violência contra as mulheres", acrescenta.
As famílias dos detentos também relatam melhorias, como maior participação nas tarefas domésticas, mais cuidado com os filhos e atenção redobrada com a rotina da casa.
Projeto aposta na reeducação de detentos
Reprodução/TV Globo
O diretor do presídio, Alexandre Sagat, diz que não é possível viver em um mundo fantasioso e que nem todos os internos irão apresentar mudanças.
"Nosso trabalho é de formiguinha, se a gente tiver um preso mudado, uma mudança em uma família, o homem volta para a sociedade melhor, é o nosso trabalho", acredita.
Um detento preso por agressão física afirmou que a participação no grupo o ajudou a reconhecer os próprios erros.
"O grupo me ajudou e tem me ajudado a esclarecer, abriu meu entendimento, abriu minha mente, comecei a ver as coisas de outro modo. Me fez enxergar que eu estava errado, agi errado."
Violência contra mulher: como pedir ajuda
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